segunda-feira, 30 de junho de 2014

David Luiz, o bom vilão. "Sinto-me mais vivo a ajudar os outros"

* Reuters

O carismático central brasileiro cumprimenta os cinco atiradores chilenos durante os penáltis (!) e é o último a sair do relvado com uma vénia aos adeptos

Marketing positivo. O Brasil é o maior exportador de marketing positivo do mundo e arredores. Confirma-o a emocionante vitória sobre o Chile nos penáltis, para os oitavos-de-final. O jogo é tenso, rijo. Escassas oportunidades de golo, muitas faltas, alguma aselhice.

A decisão arrasta-se para os penáltis e o árbitro inglês Howard Webb escolhe o topo sul do Mineirão, onde está um aglomerado considerável de adeptos chilenos entre uma imensidão de camisolas amarelas. O Brasil é o sexto anfitrião a decidir uma eliminatória nos penáltis. México perde em 1986 ( vs. RFA), Itália em 1990 (Argentina) e é então que se inicia a recuperação das selecções da casa, através da França em 1998 (Itália), Coreia do Sul em 2002 (Espanha) e Alemanha em 2006 (Argentina).

Chega a vez do Brasil, cujo último desempate lhe corre francamente mal: quatro atiradores (Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred), zero golos. Passa o Paraguai às meias-finais da Copa América-2011. E agora, como será?

Marketing positivo. Júlio César é o mais experiente dos 23 convocados de Scolari, com 34 anos. Criado no Flamengo, está há nove anos fora do Brasil. É pentacampeão italiano e levanta a taça da Liga dos Campeões em 2010, ano em que defende a baliza da selecção no Mundial da África do Sul. Um erro de cálculo permite o empate de Sneijder e inicia a derrocada com a Holanda nos quartos-de- -final.

"Cheguei muito autoconfiante a esse Mundial por tudo aquilo que se passou no Inter. Às vezes, a autoconfiança atrapalha. Digo-o por experiência própria." O mea culpa de nada lhe vale. É criticado pela opinião pública desde então, há quem o compare a Buzz Lightyear (astronauta do filme de animação Toy Story) pela forma desastrada como administra as suas emoções e a transferência para o Toronto não o ajuda em nada, sobretudo porque é recusado por três clubes brasileiros (Internacional, Santos e Grémio) na abertura da janela do mercado.

Lá longe (um voo daqui para o Canadá é mais demorado que um desde Lisboa), ninguém aposta na sua convocatória. Apenas Scolari e Parreira. Quando o seleccionador o chama, cai o Carmo e a Trindade.

Fonte: Jornal i

Sem comentários: