quinta-feira, 5 de junho de 2014

Pai calado e mãe "corneta": família de David Luiz torce de casa para capitão

* Bruno Ribeiro

De modos distintos, pais comemoram goleada da Selecção. GloboEsporte.com acompanha detector de pé frio de Ladislau e Regina assume: "Corneto todo mundo"

Um se senta no canto do sofá, depois que a bola rola e se mantém tranquilo, quase calado. A outra fica inquieta durante boa parte do jogo: conversa, grita, xinga e comemora. Ladislau e Regina Célia tem reações diferentes enquanto assistem a uma partida de futebol. O sentimento que une os dois é a torcida pelo filho com a camisa do Brasil. Além da ansiedade por acompanhar mais um jogo do zagueiro David Luiz às vésperas da Copa do Mundo, ver o filho como capitão da Seleção Brasileira na vitória por 4 a 0 o Panamá foi motivo de festa para a família, que acompanhou o jogo em Juiz de Fora.

Porém, antes da tranquilidade e da comemoração por mais uma boa atuação do zagueiro e pela goleada por 4 a 0, Regina se manteve nervosa. Gritos, como “briga com ele Felipão”, quando um jogador errava uma jogada, “vai meu filho!”, quando David Luiz estava com a bola e “olha o cabelo dele, todo esganiçado”, ao comentar o penteado do zagueiro foram comuns durante o primeiro tempo e demonstravam o grau de agitação. Para aqueles que pensam que a tensão era apenas pela braçadeira de capitão, Regina desfaz o engano e explica que as reações durante o jogo são corriqueiras.

– As pessoas que me conhecem sabem que quando eu tenho que criticar, faço isso até com o David. Eu procuro me policiar, mas não consigo. Eu acho que eles não podem errar nunca, mas sei que não é assim que funciona. E eu corneto mesmo, todo mundo e ninguém escapa – afirmou Dona Regina.

Ladislau não deixou a esposa mentir. Com um comportamento completamente distinto durante o jogo, ele faz alguns comentários sobre o jogo, apenas observa Regina reclamar e ressalta que existe equilíbrio na relação dos dois, até na hora de torcer por David Luiz.

– Tem que ter um equilíbrio nisso aí. Esse jogo é mais tranquilo, porque é amistoso e não vale por competição. Mas quando ela assiste jogo do David é desse jeito. Quando se senta na frente da TV, xinga até a mãe dela – disse, bem humorado.

Se durante o jogo os hábitos são diferentes, antes da bola rolar os rituais também são um pouco distintos. Regina pega perucas, bandeiras e é responsável por enfeitar a sala e os amigos que acompanham os jogos. Enquanto isso, Ladislau para em frente à porta, espera todo mundo passar e só depois vai para o sofá. Alguns podem pensar que a atitude é de um bom anfitrião, que deixa os visitantes à vontade. Porém, o motivo é outro.

– Eu fico aqui e sempre ponho um detector de pé frio, para saber quem dá sorte ou não. Aqui só pode entrar quem é pé quente – afirmou Ladislau, que permitiu a entrada do GloboEsporte.com, sem problemas.

 * Getty Images

A actuação do Brasil e o bom desempenho de David Luiz na goleada sobre o Panamá provaram que a sala só tinha torcida pé quente. Mais do que sortudos, David Luiz tem pais orgulhosos de verem o filho crescer com a camisa amarela.

– É super gratificante. O David está colhendo aquilo que plantou durante todos estes anos. O bom desempenho e a disciplina dele renderam a braçadeira de capitão. Torço para que ninguém se machuque e que nada dê errado com o Thiago Silva, mas sei que o meu filho estará pronto para exercer esta responsabilidade quando for chamado. Ele tem liderança nata – disse Regina.

Medo de amigáveis

* Bruno Ribeiro

Além de serem parte da preparação para Copa do Mundo, os amistosos às vésperas dos mundiais são marcados por lesões e cortes de jogadores. Após as lesões que tiraram o mexicano Luís Montes e o italiano Montolivo da disputa da Copa, a preocupação com David Luiz foi clara entre os familiares.

– Eu fico muito apreensiva e não gosto de amistosos. Esses jogos são como treinos e eu acho que não deveriam acontecer. Fico triste demais com os jogadores que precisam ser cortados e pedi calma e cuidado ao David para estes dois jogos antes da estreia na Copa do Mundo – afirmou a mãe.

Ladislau vê importância nos jogos de preparação para o mundial e afirma que lesões podem acontecer em quaisquer circunstâncias, fato que só aumenta a preocupação.

– Quando o cara tem que se machucar, ele se lesiona até fora dos gramados. Como eles estão actuando, a chance é maior, mas têm que evitar jogadas mais ríspidas para se resguardarem. É lógico que existe uma preocupação, porque um lance bobo pode gerar uma lesão séria. Mas estamos pedindo a Deus que tudo dê certo no jogo contra a Sérvia e que ele esteja inteiro para o mundial – afirmou Ladislau, que tem viagem marcada junto com a família para acompanhar o amistoso de sexta-feira, no Morumbi.

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